Terroirs e Tinta Negra
A ilha da Madeira, de origem vulcânica, foi descoberta em 1419 pelo capitão português João Gonçalves Zarco. O arquipélago é atualmente composto por duas ilhas habitadas – Madeira e Porto Santo – e por dois pequenos grupos de ilhas não habitados: as Desertas e as Selvagens. A sua localização privilegiada tornou-o um importante porto de escala que levou à expansão do vinho Madeira, especialmente para os Estados Unidos da América.
O vinho Madeira tornou-se extremamente popular nos EUA no século XVIII, representando mais de 75% de todo o vinho importado neste mercado.
O arquipélago está situado a 32º38’ de latitude a norte e a 16º54’ de longitude a este; a cerca de 1.100 km da costa de Portugal, e a 590 km da costa de Marrocos. A sua área total é de 741 km2, em que as vinhas ocupam cerca de 490 hectares.
De relevo íngreme, pela ilha da Madeira é atravessada por uma cordilheira que divide a ilha em duas partes, sendo o Pico Ruivo o ponto mais elevado com 1.862m de altitude acima do nível do mar.
Esta circunstância cria distintos microclimas que têm um efeito determinante sobre a localização da plantação das vinhas.
No geral, o clima é tropical e ameno, o que conjugado com um solo vulcânico fértil dá origem a condições perfeitas para o crescimento das diferentes castas. A isto acresce as notas de salinidade e de iodo das vinhas plantadas mais perto do mar, que são expostas à brisa do mar.
Os solos são ácidos, ricos em minerais, ferro e fosfato, e pobres em potássio, o que contribui para a marca de acidez do vinho. Esta acidez é a marca principal dos vinhos, o que os torna únicos, e o que permite manter a sua frescura por muitos anos depois de terem sido engarrafados.
A rega é fornecida pelo antigo sistema de canais chamado “levadas”, que traz a água das montanhas passando pelas parcelas agrícolas até ao mar.